Você, certamente, já ouviu a falar em doação de órgãos, mas já tinha escutado algo sobre doação de sentimentos? Há cerca de dois anos, é isso que um projeto surgido em São Bernardo do Campo, na região do ABC, tem proposto.
Em janeiro de 2012, a professora Renata Stort começou a se questionar sobre uma frase que ela – e muitas outras pessoas – ouviu incontáveis vezes quando criança: “não fale com estranhos”. Desde então, além de pensar em mudar a antiga recomendação de não falar com desconhecidos nas ruas, a professora decidiu fazer algo mais. “Pensei em algo para estimular as pessoas a serem mais gentis, em surpreender as pessoas com uma gentileza. Isso deveria ser normal”, diz Stort.
Pensando em que atitude gentil ela poderia fazer para mudar um pouco a rotina dos outros, ela teve a ideia de confeccionar, arrecadar e distribuir corações nas ruas. Depois de criar um grupo no Facebook e de ter uma resposta positiva para a empreitada, a professora se surpreendeu ainda mais no primeiro encontro para as primeiras doações: 80 pessoas compareceram no Paço Municipal de São Bernardo, distribuindo cerca de 3 mil corações.
Depois do bom começo, Stort e sua equipe criaram um site para organizar e centralizar as “doações de sentimentos”. Hoje, depois de ações em oito cidades, e de receber corações de diversas partes do Brasil e de outros países, o projeto Doe Sentimentos conta com cerca de 200 pessoas por ação. A agenda pode ser conferida no site www.doesentimentos.com, e as próximas doações estão marcadas para Aracaju, Diadema e Araraquara.
“Nos semáforos é um pouco complicado. As pessoas não abaixam o vidro do carro enquanto você não fala que é de graça, que é só para deixar o dia dela mais feliz, as pessoas não acreditam”, comenta Stort. “Distribuímos corações em Lisboa, e lá a surpresa foi até maior do que aqui. As pessoas diziam: ‘não é possível que seja de graça’. Mas é isso mesmo, a gente acredita que você pode doar sentimentos”, completa.
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