Inaugurado em março do ano passado, o MAR (Museu de Arte do Rio) está com rachaduras de extensões variadas em diferentes áreas da construção e com uma parte do su piso afundada no hall de saída do pavilhão de exposições, o prédio principal.
Erguido ao custo de R$ 79,5 milhões, o museu pertence à Prefeitura do Rio e fica na praça Mauá (centro).
As rachaduras estão em vários pontos, como no teto da cabine onde fica a bilheteria e o guarda-volumes, numa guarita de segurança e, no caso mais crítico, no hall de saída do prédio principal.
Rachaduras No MAR
Neste local, o afundamento do piso é nítido, podendo ser visto nas portas de saída, que ficaram tortas.
ESCAVAÇÕES
Parceria da Prefeitura do Rio com a Fundação Roberto Marinho, à qual o município destinou cerca de R$ 62 milhões por serviços nos dois prédios do museu, o MAR fica em cima de um terreno que está sendo escavado e dinamitado.
As escavações estão sendo feitas para criar o Túnel do Binário (com 1.480 metros de extensão), uma das principais obras do bilionário projeto de revitalização da zona portuária carioca, o chamado Porto Maravilha.
Questionadas pela Folha, nem a Concessionária Porto Novo, responsável pelas obras do Porto Maravilha, nem a Fundação Roberto Marinho esclareceram se os problemas no museu estão relacionados à escavação do túnel ou a outras explosões na região, como a feita para demolir o elevado da Perimetral (a cerca de 1 km do MAR).
“Não é possível afirmar ainda conclusivamente que o afundamento de parte do pavimento do MAR foi causado pelas obras do túnel”, disse Geraldo Filizola, engenheiro e projetista estrutural do museu.
Em nota enviada por e-mail, a fundação disse que “as equipes técnicas da Fundação Roberto Marinho, responsável pela concepção do projeto, e da Prefeitura/Cdurp, responsáveis pela execução das obras do Túnel Binário, estiveram em contato durante toda a construção do Museu de Arte do Rio para garantir a sinergia entre essas duas importantes obras para a revitalização da região portuária.”
Também por e-mail, a Porto Novo disse que “são realizadas vistorias cautelares nos imóveis no entorno do projeto, assim como o monitoramento por instrumentos específicos”.
LAUDO TÉCNICO
Segundo a fundação, os problemas foram detectados em outubro passado e, desde então, “estão sendo monitorados pela equipe técnica da Fundação Roberto Marinho, pelo projetista estrutural do projeto e também por uma empresa especializada de consultoria”.
“O laudo apresentado concluiu que as trincas encontradas nas paredes internas do prédio de exposições do MAR são trincas na alvenaria, provenientes da acomodação do solo ocorrida após a conclusão das obras, já que se trata de construções de épocas diferentes -a marquise tombada da reserva técnica, o prédio de exposições e a nova estrutura do hall de saída do mesmo prédio”, diz o comunicado.
Na mesma nota oficial, a fundação informa que as “trincas observadas não possuem características estruturais e não atingem as estruturas, limitando-se às alvenarias. Portanto, não apresentam risco para o prédio do museu, seus funcionários e visitantes. Os reparos já estão sendo providenciados”.
No entanto, só após a conclusão do estudo que apontará as causas do problema será possível definir quem irá pagar pelos reparos, segundo a fundação.
RAIO-X
Museu de Arte do Rio
CUSTOS
Inaugurado em 1º de março de 2013, o museu custou
R$ 79,5 milhões e tem um orçamento anual de
R$ 25,6 milhões (pagos
pela prefeitura) + R$13,6 milhões (captação via Lei Rouanet)
ESTRUTURA FÍSICA
Com capacidade para 1.712 pessoas, o museu tem dois prédios ligados por uma cobertura de concreto suspensa. O destinado às exposições fica no palacete D. João 6º, erguido entre 1913-18 e hoje tombado; a Escola do Olhar, hospedada em edifício modernista dos anos 1940, com salas de aula, auditório e biblioteca, é destinada a formação de educadores da rede pública.
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
Compartilhado de: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/01/1396799-museu-de-r-80-milhoes-aberto-em-2013-tem-rachaduras-e-falha-no-piso.shtml
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