A sala Funarte Cássia Eller foi palco para um debate intenso entre o pessoal do teatro e o Ministério da Cultura. (Fotos de Janine Moraes)
16.4.2015 – 20:46
A Sala Funarte Cássia Eller, em Brasília, foi tomada, na tarde de 16/4/15, por artistas e produtores culturais que iniciaram o diálogo com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o presidente da Funarte, Francisco Bosco, sobre políticas para as artes cênicas e a reestruturação da Fundação Nacional das Artes (Funarte).
“Sei das dificuldades que produtores e artistas estão tendo nesse momento de retração da economia. E sei também da importância das artes no fortalecimento do corpo simbólico do país. A gente precisa reformular urgentemente os mecanismos de fomento e incentivo às artes e à cultura em geral”, avaliou logo de início, o ministro Juca Ferreira.
Intermediados pelo novo diretor do Centro de Artes Cênicas da Fundação, o ator Leonardo Lessa, representantes da classe teatral levantaram uma série de temas como a necessidade de se desburocratizar os editais da Funarte, pediram mais transparência nos processos de seleção de projetos e atenção às questões trabalhistas e previdenciárias da categoria. Com relação aos debates que estão sendo realizados, solicitaram participação de gestores municipais e estaduais e ainda parcerias com outros órgãos, como o Ministério da Educação, com vistas a organizar e fomentar atividades de formação de público infantil.
O encontro foi provocado por um pedido da recém-criada Frente Nacional do Teatro, composta por coletivos, cooperativas e federações, que entregaram uma carta ao ministro. No entanto, a ideia do encontro já fazia parte de uma programação de interlocução com todas as áreas de responsabilidade da Funarte.
Entre os pedidos da frente teatral estão a construção de uma agenda sistemática ainda neste semestre e o apoio para a efetivação de uma lei específica de fomento ao teatro – a “Lei Prêmio do Teatro Brasileiro”.
“A Lei Prêmio do Teatro Brasileiro – Programa Nacional de Fomento ao Teatro – deseja estabelecer um patamar mínimo que dê suporte para a manutenção do trabalho de artistas, técnicos e coletivos teatrais de todo o Brasil, por meio de uma política de Estado, que objetive efetivamente a superação da instabilidade e fragilidade dos editais controlados pelo governo federal”, argumentou Henrique Fontes, articulador da Frente, que reuniu 40 produtores para o evento.
Funarte
Sobre reformulação da Funarte, Francisco Bosco explicou que este processo está sendo realizado por meio de três linhas de ações principais: uma plataforma digital nos moldes de processos consultivos e colaborativos existentes; uma série de seminários que serão realizados na Fundação Casa de Rui Barbosa e uma terceira, a caravana das artes que viajará pelos 26 estados e Distrito Federal para levantar as peculiaridades das linguagens artísticas e reuni-las para a elaboração da Política Nacional das Artes.
“Vamos criar uma base de informações, diagnósticos e pesquisas, levando em conta a pluralidade e a complexidade da cultura brasileira. Essas propostas servirão de base para políticas públicas consistentes e duradouras”, afirmou o presidente da Funarte.
Para o produtor teatral Eduardo Barata, pequenas ações como um cadastro com histórico de atividades e certidões dos proponentes poderiam melhorar a relação entre o ministério e os artistas e diminuir a burocracia no atendimento aos produtores culturais que buscam aprovação de seus projetos para captação de recursos por meio de renúncia fiscal, com base na Lei Rouanet.
O evento foi transmitido ao vivo pelo site do ministério e deu continuidade a uma série de rodas de conversa que incluirá a interlocução com artes visuais, circo e dança. A primeira roda de conversa foi em São Paulo com a classe musical no último 4 de março.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
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