A Gaia Brasil Também Compartilha No the HUB – Veja Matéria Sobre O Espaço (Gilberto Dimenstein – Catraca Livre)

Gilberto Dimenstein – 3 de novembro de 2010 – Catraca Livre

http://aprendiz.uol.com.br/content/prutevumic.mmp

Futuro Próximo

Olhando de fora é impossível imaginar que, ao entrar pela pequena porta, sem placa, na rua Bela Cintra 409, chega-se a um salão em que jovens desenvolvem um carro ecológico, montam uma empresa de entregas com bicicletas para competir com os poluentes e perigosos motoboys, implantam uma moeda local para gerar renda num bairro da periferia, cultivam jardins no topo das casas e dos prédios. E esses são apenas alguns dos projetos em andamento.

Inspirado num modelo inglês, o “Hub” ( ponto de conexão) foi criado para juntar gente com pouco dinheiro e muitas ideias inovadoras – e quer ficar próximo de quem gosta de modelar o futuro.

Por trás da experiência está Pablo Handl, cuja vida já começa, embora tragicamente, com uma dose de inovação: incubada numa cadeia. Seus pais foram presos juntos pela ditadura argentina. A m ãe estava grávida e fez o parto na enfermaria da prisão em Buenos Aires. O bebê encarcerado chamou a atenção da Anistia Internacional e de vários países.

A família foi libertada e se mudou para Viena. Formado em economia, Pablo quis voltar para a América do Sul. “Escolhi morar em São Paulo e deixar a Europa porque vi aqui uma energia empreendedora.”

Encontrou então um salão abandonado na Bela Cintra, com cerca de 500 metros quadrados. Conseguiu alguns sócios e dinheiro emprestado para desenvolver uma base para que jovens com projetos diferentes pudessem se encontrar e trabalhar.

Nem todos têm local exclusivo. Pode-se alugar apenas uma vaga numa mesa por apenas cinco horas mensais; alguns preferem ir todos os dias. Os preços variam do mínimo de R$ 50 até o máximo de R$ 600,00. “Queríamos muito mais do que apenas um condenso. É um ponto de conexão.”

Empreendedores de diferentes formações e interesses conseguem ficar mais próximos, sentados lado a lado, trocando experiências e conhecimentos. Em muitas situações, até trabalhando num mesmo projeto. A troca de serviços entre eles virou um escambo.” Sempre chamamos pessoas com ideias para compartilhar.”

Aglutinaram-se ali empresas sociais, cujo desafio é combinar lucro com a possibilidade de fazer a diferença. O modelo está se incubando a si próprio: começa a ser disseminado em outras capitais.

Pablo ainda está endividado, mas o “Hub” já tem 200 clientes e ficou pequeno. Daí que a começa a ser replicado na cidade de São Paulo, rumando para a periferia, além de capitais como Porto Alegre, Rio e Belo Horizonte. Afinal, começa lentamente a prosperar fundos privados interessados em mesclar lucro com sustentabilidade.

PS – Para quem quiser conhecer melhor a experiência, coloquei mais textos e vídeos no www.catracalivre.com.br, onde também listei projetos que estimulam a inovação. Uma medida para saber como influímos no futuro da cidade é saber quanto se oferece de estímulo para jovens empreenderes.

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