Em adesão ao Dia Internacional da Cultura de Paz, que se celebra no mundo todo em 21 de setembro, destinamos este fórum para evidenciar a vida singular de Irena Sendler. Por uma interessante coincidência, seu nome, em grego, Eirene, significa paz. Onde estão os limites do humano? O que leva uma pessoa a pôr em risco a própria vida para salvar outras? E se essa pessoa faz isto não uma vez, mas milhares de vezes? Como qualificar tamanha ousadia? Estas são algumas das perguntas inevitáveis quando conhecemos os feitos de Irena Sendler que, com pouco menos de trinta anos, enfrentou o horror e o terror da ocupação nazista na Polônia e, na condição de assistente social, conheceu as entranhas de uma máquina mortífera.Planejamento, coordenação zelosa de sua equipe de apoio (ela era chefe da divisão das crianças no movimento clandestino de resistência polonês), método e criatividade foram as vias que Irena encontrou para resgatar mais de 2.000 crianças e adolescentes do Gueto de Varsóvia, onde haviam sido confinados os judeus da cidade. Livres da morte certa, as crianças eram então encaminhadas para conventos e igrejas e, depois, com documentos falsos, para famílias polonesas, que por sua vez enfrentariam os riscos de serem descobertas. Se uma palavra pode resumir esta pessoa, e pode, é simplesmente heroísmo. Talvez o maior dos heroísmos, pois praticado por uma pequena mulher anônima, católica, que nada ganharia em troca de sua ação. Ela foi presa, torturada e condenada à morte pela Gestapo, mas nunca revelou o nome de seus companheiros da resistência. Tendo escapado, retomou o seu “trabalho”: salvar da morte quantas crianças pudesse. Depois da guerra, continuou seu trabalho social, e viveu ainda uma espécie de segunda clandestinidade, imposta pelas autoridades pró-soviéticas da Polônia, até o final dos anos 1980. Na ocasião será lançado o livro A história de Irena Sendler – a mãe das crianças do Holocausto, da jornalista Anna Mieszkowksa, publicado pela Palas Athena Editora. |
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