Ministros Da Cultura E Da Educação Se Reúnem Para Estudar Ações Conjuntas Entre as Pastas

28.04.2015

cultura x educação

Juca Ferreira e Renato Janine discutiram possíveis agendas em comum entre as duas pastas (Foto: Janine Moraes)

Bibliotecas, museus, incentivos à leitura e atratividade em ambientes escolares. Estes foram alguns dos temas tratados na reunião do dia 28/4/15, entre o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o ministro da Educação, Renato Janine. O objetivo do encontro, que também contou com a presença de secretários e dirigentes de ambos os ministérios, foi apresentar e estudar possíveis agendas em comum entre as duas pastas.

Na ocasião, o ministro da Cultura defendeu uma escola mais convidativa aos alunos, com uso de materiais que extrapolem livros e com formação de professores capacitados para alunos do século 21, com constante acesso à informação. Sugeriu também o uso de materiais audiovisuais diante de uma escola que “perdeu o monopólio da formação e informação” e salientou a importância de ambas as pastas trabalharem em conjunto para incentivar a leitura dos brasileiros.

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, se mostrou empenhado em trabalhar em conjunto. “Esta é a primeira reunião de muitas. Os dois ministérios têm muito a ver, sobretudo porque a Educação e a Cultura são as que mais mexem com a humanização do indivíduo: uma Educação de forma estruturada e contínua e a Cultura com maior liberdade e maior número de vias de entradas e percursos. Nós perseguimos o mesmo caminho e é muito importante esse trabalho que podemos fazer juntos”, afirmou.

Durante o encontro, o ministro da Cultura apresentou três principais temas que aproximam Educação e Cultura: universidade, museus e bibliotecas. Juca Ferreira lembrou do já existente programa Mais Cultura nas Universidades, parceria entre os dois ministérios, que destina a universidades federais e institutos federais de educação R$ 20 milhões para a realização de projetos que desenvolvam e fortaleçam a arte e cultura brasileiras.

Ainda sobre este tema, o ministro mencionou a criação de uma cátedra sobre gestão cultural, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) no Brasil. “Precisamos definir uma universidade ou um conjunto de universidade que abrigarão essa cátedra. Isso é muito importante para nós”, afirmou.

Outro tema de destaque foram os cerca de 3,5 mil museus no Brasil. Um dos problemas apresentados por Carlos Roberto Brandão, presidente do Ibram, Instituto Brasileiro de Museus, também presente no encontro, foi a concentração de grande parte em apenas alguns municípios. “Existe uma projeção de museus concentrados nas capitais. Dos 3,5 mil existentes, 1,5 mil estão em capitais. Ou seja, 4 mil municípios não têm museus”, disse. “Os museus têm capacidade de enraizamento da cultura, além de serem equipamentos pedagógicos e educativos”, acrescentou.

Brandão lembrou ainda que dos 100 milhões de visitantes anuais aos museus brasileiros, 50 milhões são crianças. “Por isso, os serviços educativos são importantíssimos”. Diante desse cenário e da aproximação com a pasta da Educação, uma das ideias propostas pelo presidente do Ibram foi a possibilidade de que as escolas se tornem pequenos museus locais e participem da construção da memória brasileira.
Outras propostas

Em relação a bibliotecas, Juca Ferreira foi enfático ao afirmar que é preciso “modificar o ambiente delas e torná-las mais convidativas às pessoas”. Juca Ferreira comentou a importância dessa área para ambas as pastas ao lembrar que a formação de leitores, em todos os países, é sustentada pelo tripé escola, família e biblioteca.

Já o secretário de políticas culturais do MinC, Guilherme Varella, enfatizou a importância da parceria entres ambas pastas na questão do acesso às obras e em investimentos na digitalização de acervos. “Se juntarmos política para obras em domínio público e digitalização de acervos, criamos frente de acesso à obra”, avaliou.

A secretária de Educação e Formação Artística e Cultural do MinC (Sefac), Juana Nunes, destacou também o programa já existente Mais Cultura nas Escolas, que busca incentivar o encontro entre experiências culturais e artísticas em curso nas comunidades locais e o projeto pedagógico de escolas públicas e salientou a importância de regulamentar a profissão do agente cultural. “A Cultura tem papel estratégico no fortalecimento da educação em tempo integral. Precisamos fortalecer o trabalho dos mestres. Acho que isso é chave para dar salto na educação integral”, comentou.

Juca Ferreira complementou que o trabalho da cultura não deve ser apenas uma “animação”, mas algo que permita “uma vivência, em que o estudante aprenda, por exemplo, a se relacionar com o livro e com a obra de arte”.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

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